quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Navalha



Afiado fio de navalha rasga a carne quente
Suja o chão por onde vê-se pegadas
Do fiel carrasco arrastando correntes

Constante é o pingar de gotas densas
Em cada gota jaz uma lembrança
De uma vida pra trás deixada
Deserto, incerto, por que encantas?!

Afiado fio de navalha
Por que é agradável sentir seu corte?!
A tez delicada que tú arranhas
Espera sôfrega a fria morte!

Queres tomar do último cálice
Para que a celebração seja perfeita
Para assim sorver da derradeira gota
E por fim dar-se por satisfeita...

Paladar acre permeia nos lábios
Fria, brilhante, cortante adaga...
Sem brilho, os olhos, estão distantes...
Óh, afiado fio de navalha!

Nenhum comentário:

It's Me...

It's Me...
Eis um pouco de minha mente quando devaneio, quando saio de mim e encontro outros lugares ocultos em meu ser tão indecifrável...quando fujo de mim, palavras que fazem fluir a essência de minha alma, desejos secretos e obscuros... Deleitem-se às sombras de minha consciência insana...