terça-feira, 20 de novembro de 2007

Onde Ancorar???



Ao meu redor tudo se esvai
Nunca bem sei como agir
A espreita um corpo que cai
Rostos estranhos vejo surgir


Uma mente que não descansa
Nem no mais profundo sono
Repouso o corpo apenas
Inútil tentar sem saber como...


Estou em busca de um porto
Que nele cesse meu tormento
Que dê-me por um instante a paz
Será que um dia terei sublime contentamento?


Passo a ter uma certeza somente
Expectativas não deveriam ser feitas...
Há quem delas se alimente
Mas a fome por elas nunca será satisfeita...


Por ora, continuarei meu caminho
Expectativas não mais
Quem sabe assim encontro um ninho
Quem sabe assim encontre a paz!!!

sábado, 17 de novembro de 2007

Tento Me Libertar



Giro o mundo e nada sei
Palavras proferidas que
Nada dizem
Apenas ecoam em vão


Estranho mundo de seres fúteis
Que para estes há mais valor
Na beleza do invólucro
Do que em seu próprio teor


Estou exausta de pessoas assim
Não tenho um belo laço
Pois esse me foi arrancado
Esqueça, não posso ofertá-lo


Caminhar sozinha não é minha escolha
Jamais isso escolheria
Mas de tanto assim caminhar
Parece que a escolha foi minha


Teias invisíveis me envolvem
Sinto-me presa dentro de mim
Não encontro por onde sair
Venha agora... me tire daqui!!!


Quero estar liberta quando te encontrar
Desperta, atenta...
Enquanto isso fico por ora suspensa
No ar, aguardando-te chegar...


Nesse dia livre estarei
Para derramar-me sobre ti
Inteira, sem medo
Esquecendo do que um dia senti...

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Navalha



Afiado fio de navalha rasga a carne quente
Suja o chão por onde vê-se pegadas
Do fiel carrasco arrastando correntes

Constante é o pingar de gotas densas
Em cada gota jaz uma lembrança
De uma vida pra trás deixada
Deserto, incerto, por que encantas?!

Afiado fio de navalha
Por que é agradável sentir seu corte?!
A tez delicada que tú arranhas
Espera sôfrega a fria morte!

Queres tomar do último cálice
Para que a celebração seja perfeita
Para assim sorver da derradeira gota
E por fim dar-se por satisfeita...

Paladar acre permeia nos lábios
Fria, brilhante, cortante adaga...
Sem brilho, os olhos, estão distantes...
Óh, afiado fio de navalha!

terça-feira, 30 de outubro de 2007

Eu Possuo



Eu possuo...
Um mistério insondável,
Recato impenetrável
Aos olhos voyeurs.

Eu possuo...
Uma nudez invisível
E um olhar transparente
Só para o que quero.

Eu possuo...
O encanto das fadas
E a magia das bruxas
Quando olho pra dentro de mim.

Sei fazer-me inteira
Nunca estou em pedaços
Sei todas perícias
Atar e soltar os nós.

O meu corpo presente
É mais do que tudo,
Do eterno, um estudo,
Quando estamos a sós.

Eu possuo...
A magia dos celtas,
Obtenho a têmpera correta,
E trago-lhe o instante
De toda eternidade.

Só desejo não lhe possuir
Quero que se dê a mim
Naturalmente...
Assim como a água não pede
Para cair na cachoeira...
Mas o faz com todo prazer...

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

Mágica




Abro meus olhos
Escuridão
Ouso então um olhar
Para dentro de mim,
Onde se escondem os
Mais puros pensamentos,
As mais ardentes aflições.
É luz que vejo.
E, então, a luz me cega.
Mas luto contra a claridade,
E abro meus olhos finalmente
Para o que se revela um mundo
Vivo, pulsante, colorido.
Banho-me e desfruto
Da inigualável sensação de LIBERDADE.
A simples sensação de existir apenas para si mesmo...
Sem medo, corro os riscos,
E libero a luz.
E ela percorre o espaço,
Desafia o tempo,
E vai contra a própria realidade.
Sinto o pulsar de todas as coisas,
E todas elas são vivas.
Ouço todas as vozes,
E sei de todas as coisas.
Tudo, por um único segundo,
Não há mas palavras...
Contemplo agora a calma
Que me cerca, e serenamente,
Fecho meus olhos.

Por entre a relva


Rubor em minha face
Vejo-me correndo por entre a relva
Soturna é a mata em que procuro me encontrar
Estilhaços jogados, perdidos
Onde foi que se perdeu
O semblante que era meu?
Vultos me perseguem,
Tentam me confundir
Por quanto tempo mais
Terei que fugir?
Cansada
Sem ter um abrigo
Deito por sobre as pedras
Deixo a brisa me acariciar
Já não sinto mais as feridas
Mesmo que ainda abertas
Porque aqui por entre a relva
Absorvo a essência
Assim como a Deusa o faz
Com doce inocência
Por entre a relva irei estar....

domingo, 28 de outubro de 2007

Abandono



Entre as paredes do meu quarto tento refletir
Olho o para o espelho e não me vejo
Pela janela olho o céu
A noite, as estrelas e a lua quando ela quer se mostrar
Mais uma vez tento olhar para dentro de mim mesma
Nada vejo... Só o vazio...
Sinto que nasci pra ser só
A única certeza que tenho
É que passam-se os dias
Pessoas vêm e vão e sempre me deixam...
Como conviver bem com a solidão?
Já que ela insiste em me seguir
É, a solidão gosta da minha companhia...
Até o sono resolveu me abandonar
Não sei se estou triste
Ou se ela já faz parte de mim que nem a vejo
Posso tentar enganá-la, para ver se ela também me abandona
Nem sempre se escolhe estar só
Apenas acontece
Espero que a solidão se canse de mim...
Para que finalmente ela me abandone...

It's Me...

It's Me...
Eis um pouco de minha mente quando devaneio, quando saio de mim e encontro outros lugares ocultos em meu ser tão indecifrável...quando fujo de mim, palavras que fazem fluir a essência de minha alma, desejos secretos e obscuros... Deleitem-se às sombras de minha consciência insana...